top of page

A HISTÓRIA DOS FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS NO BRASIL


financiamentos imobiliários

A grosso modo, a liberação de crédito para a compra da casa própria surgiu inicialmente como solução para o crescimento desordenado nas grandes cidades, bem como para que o brasileiro adquirisse sua Casa Própria.


Na segunda metade do século XIX, após o surgimento da indústria moderna, o Brasil enfrentou severa explosão demográfica nos grandes centros urbanos, o que desencadeou verdadeira crise habitacional, sem que houvesse qualquer atuação Estatal para resolver o problema.


Inclusive, foi durante este período que o sonho da casa própria passou a ser incutido das aspirações dos brasileiros. Como resultado do crescimento desordenado e desejo pela aquisição da propriedade, diversas edificações foram construídas de forma clandestina e sem a menor infraestrutura, resultando no surgimento e consolidação das favelas.


Visando regulamentar o mercado imobiliário em ascensão, no ano de 1964, o ordenamento jurídico, pela primeira vez, adotou um sistema regulamentado de crédito imobiliário, criando-se, por meio da Lei nº 4.380/1964, o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), o Banco Nacional de Habitação - BNH e as Sociedades de Crédito Imobiliário – SCI.


O BNH foi responsável pela produção expressiva de habitações direcionadas à população de baixa renda e, devido ao baixo custo, disseminou-se a edificação de conjuntos habitacionais nas áreas periféricas, o que repercutiu na segregação socioespacial de um sem-número de pessoas.


No período de 1972 e 1982, o SFH, que até então detinha um excelente crescimento, foi severamente prejudicado pelo aumento da inflação e consequente estagnação da economia nacional, acarretando grandes transtornos no mercado como um todo. Assim, em 1986, após incontáveis tentativas frustradas de solução dos problemas, o BNG foi suprimido.


Não obstante, verificou-se a inviabilidade da concessão de longos financiamentos de maneira direta, obrigando o Estado a procurar novos meios de captação de recursos financeiros para oportunizar a compra e venda de bens imóveis. Nesse passo, novas linhas de créditos foram criadas nas redes bancárias, o que fomentou sobremaneira o crescimento e desenvolvimento do setor.


Acompanhando as mudanças advindas pela nova Constituição, e a evolução do mercado imobiliário, apesar da retenção dos recursos da caderneta de poupança, promovida pelo governo Collor, criou-se, por meio da Lei nº 9.514/1997, o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e, junto com ele o instituto da alienação fiduciária, os quais se mostraram muito mais eficientes do que o SFH.


Com os recursos obtidos, o próximo passo da regularização e aperfeiçoamento do ramo foi a promoção de programas habitacionais pelo Governo Federal, com a criação, em 2003, do Ministério das Cidades e do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social.


Em seguida, criou-se a Lei nº 10.931/2004, com a instituição de novos títulos, como as Cédulas de Crédito Imobiliário - CCI e as Letras de Crédito Imobiliário -LCI.


A referida Lei consolidou importante regramento quanto ao mercado imobiliário, trazendo mais segurança jurídica para os seus operadores, sendo um verdadeiro marco para a retomada dos financiamentos imobiliários.


Ademais, em 2009, o governo brasileiro lançou o programa habitacional denominado Minha Casa Minha Vida, direcionado a famílias com renda de até 10 (dez) salários-mínimos, cujo objetivo era edificar 1 (um) milhão de casas, com valor médio de R$ 100.500,00 (cem mil e quinhentos reais), aumentando posteriormente para 123.000,00 (cento e vinte e três mil reais), despertando o mercado imobiliário.


Por conseguinte, além de fomentar o sonho brasileiro da casa própria, o aludido Programa também serviu para aquecer todo o ramo da construção civil, tanto com o aumento no número de trabalhadores quanto no estímulo à produção de matéria prima.


Por fim, em 2020, o Programa Casa Verde e Amarelo foi criado pelo Governo Federal, substituindo o Programa Minha Casa Minha Vida. Dentre as principais mudanças, está a regularização das moradias de famílias de baixa renda, haja vista que, no Programa anterior, diversas unidades construídas viraram guetos, além de terem sido edificadas longe de centros urbanos, desprovidos e estrutura e adensamento de áreas.


Mas a principal mudança foi em relação ao financiamento imobiliário, pois o Programa reduziu a parcela de spread bancário, que é a diferença entre o valor pago pelas instituições financeiras aos correntistas e o cobrado por aquelas nas operações de crédito), o que garante maiores recursos.


Ademais, as taxas de juros foram reduzidas em até 0,5% para as famílias com renda de até R$ 2.000,00 mensais e em até 0,25% para quem possui renda familiar de R$ 2.000,00 e R$ 2.600,00, cujos encargos serão menores para as Regiões Norte e Nordeste do País e para os cotistas do FGTS, o que certamente trouxe benefícios ainda maiores aos brasileiros.


Dessa forma, com a evolução dos referidos programas de habitação, embora ainda não tenha atendido toda a demanda brasileira de forma satisfatória, tem-se que a preocupação do Estado em garantir o direito de moradia a todos é inconteste e, por conseguinte, resguardar a dignidade humana.


Quer saber mais sobre a História do Mercado Imobiliário no Brasil? Clique AQUI


Quer saber mais sobre a Evolução do Conceito de Propriedade? Clique AQUI


Quer saber mais sobre a Proteção do Direito de Propriedade ao Longo da História? Clique AQUI


Quer saber mais sobre a História do Direito de Propriedade no Brasil? Clique AQUI


Gostou do conteúdo? Espero que sim!


Se ficou alguma dúvida, clique aqui para conversar comigo.


Também estou disponível no INSTAGRAM, FACEBOOK, YOUTUBE e SPOTIFY e outros streamings de podcast.


Por Felipe W. Dias.


Em breve disponível no youtube, spotify e principais streamings de podcast.


#direito #direitoimobiliario #imobiliario #financiamentoimobiliario #financiamento #creditoimobiliario #moradia #felipewdias

bottom of page