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COMO O MERCADO IMOBILIÁRIO É AFETADO PELA EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA?


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O mercado imobiliário, ao longo da história, sempre enfrentou severas mudanças decorrentes do desenvolvimento tecnológico, sempre se adaptando e se reinventando. Considerando que este é um dos principais setores da economia, é preciso entender como ocorreram essas adaptações, e como precisará se adaptar para continuar subsistindo.


Nesse sentido, na Revolução Cognitiva, a humanidade, após o domínio do fogo, pôde expandir seu território por meio das queimadas e, com a possibilidade de cozinhar os alimentos, os seres humanos desenvolveram seus cérebros, adotaram o hábito de cozinhar e praticar atividades noturnas tornando-se uma espécie social. Posteriormente, em virtude do aprimoramento cerebral e o advento da linguagem, os indivíduos se desenvolveram ainda mais, formando maiores bandos, iniciando as primeiras práticas comerciais.


Na Revolução Agrícola, a humanidade, já com o território expandido e hábitos sociais consolidados, passou a cultivar plantas e domesticar animais, dando início à agricultura. Por conseguinte, foram gradativamente se instalando em acampamentos permanentes, que evoluíram para vilas e cidades, onde o conceito de “lar” foi substituído para uma conotação mais individualista, com a edificação de residências de madeira, pedra ou barro.


Ademais, com a complexidade das sociedades, a invenção dos números, escrita, compartimentação e burocracia, proporcionou o armazenamento e processamento de um sem-número de informações relevantes, viabilizando a administração das atividades econômicas, confecção de leis e contratos, delimitação de terras, dentre outras, o que é massivamente adotado pela maioria das atividades atuais, em especial os cartórios de registros de imóveis.


Outrossim, dada a evolução social, adotou-se instintos artificiais para possibilitar a cooperação das massas, o que é chamado de “cultura”, a qual, por sua vez, evoluiu para um conjunto de pensamentos universais como o sistema geopolítico, econômico, jurídico e científico, vulgarmente conhecido como “globalização”.


Ao seu turno, como as relações comerciais provenientes da cultura e dos sistemas de armazenamento e processamento de dados, a humanidade solucionou um grande problema inerente do comércio de bens e serviços, com a criação do dinheiro, o que uniu ainda mais os povos, nacionalidades, culturas e religiões, as quais passar a confiar no poder monetário de maneira uníssona.


Na Revolução Científica, tal sistema monetário passou a ser interpretado de uma nova forma, mediante a confiança no porvir, construindo-se no presente às custas do futuro, o que é chamado de “crédito”, o que impactou irreversivelmente o sistema econômico, principalmente o mercado imobiliário, pois é praticamente impossível idealizar a construção de empreendimentos imobiliários, bem como a compra e venda de imóveis, especialmente os destinados à população de baixa renda, sem a concessão dos financiamentos e linhas de créditos.


Por outro lado, a invenção da máquina a vapor, como decorrência lógica da roda, exsurgiu as indústrias e os meios de transporte, com a deflagração da Primeira Revolução Industrial, o que acelerou a mecanização da produção e reconfiguração tanto da mão-de-obra quanto dos hábitos humanos, culminando, inclusive, no êxodo rural da época. Por conseguinte, o desenvolvimento urbano se deu de forma totalmente desordenada e desestruturada, ocasião em que a classe operária vivia em precárias condições de habitabilidade.


Consequentemente, o Poder Público oportunizou mudanças significativas no setor imobiliário, citando-se como exemplo a Reforma dos Passos ocorrida no Brasil (1853 a 1870), ocasião em que se desenvolveu cidades-modelo próximas dos centros industriais e com atributos básicos para a moradia digna.


Outrossim, com a melhora dos meios de transporte, os quais foram aperfeiçoados com a invenção do motor à combustão, as distâncias foram cada vez mais encurtadas, o que derruiu uma importante característica das residências brasileiras, as áreas destinadas aos hóspedes. Também, com a Revolução Industrial, as novas técnicas de construção acompanharam os novos hábitos familiares e necessidades sociais, tais como o redimensionamento das residências, substituição de cômodos destinados anteriormente à manipulação dos alimentos por espaços dedicados à confraternização. Ademais, o domínio da energia elétrica e desenvolvimento das telecomunicações também contribuíram para mudanças no espaço habitacional, com a construção de pontos elétricos, telefônicos e de internet, além das adaptações provenientes das “smart homes”.


Assim, vê-se que o desenvolvimento tecnológico proporcionou alterações sensíveis na relação do homem com a sociedade, pois, desde a descoberta do fogo, o indivíduo passou a se relacionar com a propriedade imobiliária de forma cada vez mais íntima, o que exigiu do mercado imobiliário a adaptação constante dos espaços residenciais para entregar à sociedade imóveis que se adequem aos seus hábitos, necessidades e desejos cada vez mais voláteis.


Por outro lado, as novas tecnologias também foram responsáveis por severas adaptações na forma de negociar unidades habitacionais. Nesse sentido, o desenvolvimento da Inteligência Artificial e a expansão do “mundo digital”, os quais despertaram grande aceitação da sociedade, o mercado imobiliário tem sinalizado inovações tecnológicas sem precedentes, tais como o crescimento significativo das plataformas digitais de aluguéis de imóveis, negociações online, calculadora de aluguel, simulação de financiamento imobiliário, aplicativos de oferta de serviços de corretagem, publicidade imobiliária mais assertiva, acompanhamento virtual da obra, isso para citar algumas.


A adoção destas ferramentas tecnológicas reduz o custo operacional e proporcional agilidade na concretização dos negócios, o que faz com que as empresas atuantes nesse setor sejam obrigadas a acompanhar esta evolução tecnológica e enxergar como novas tecnologias podem proporcionar a “vantagem digital”, tudo para que não sucumbam à obsolescência.


Dessarte, extrai-se que a crise sanitária proporcionada pelo novo coronavírus, em decorrência do já acelerado desenvolvimento tecnológico e expansão do “mundo digital’, serviu como verdadeira catalizadora da evolução da tecnologia.


Isso porque, com a obrigatoriedade do isolamento social, a única forma encontrada para que a economia não paralisasse definitivamente foi a aceleração do processo de digitalização, com a jornada laboral em home office. Assim, como as pessoas passavam muito mais tempo nos imóveis, pois as práticas comerciais, as relações trabalhistas, sociais e familiares passaram a ocorrer exclusivamente no âmbito digital, despertaram para a necessidade de readequar a planta do imóvel e procurar residências maiores e mais confortáveis, pois como visto, todas as suas relações interpessoais se davam no ambiente doméstico. Assim, o setor imobiliário também precisou acelerar o processo de digitalização e negociação virtual de imóveis, além de se adaptar às novas necessidades da sociedade.


Consequentemente, os profissionais relacionados ao mercado imobiliário precisam se atualizar constantemente, dominando as novas formas de tecnologia, dentre elas, a assinatura eletrônica, utilização de plataformas de compra e venda e aluguel de imóveis e aplicativos móveis, tudo para que sua profissão também não se torne obsoleta.



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Por Felipe W. Dias.


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